quinta-feira, 16 de outubro de 2008
domingo, 13 de julho de 2008
Verde-amarelo
Lembro-me que há mais ou menos dois anos eu estava no Rio de Janeiro conversando com uma amiga de um amigo, a qual é diplomata, quando falei sobre o meu projeto de imigrar para o Canadá. Tinha acabado de dar entrada no processo de imigração havia poucos dias, o sonho ainda tava começando a tomar forma, ganhar cores, ficar nítido na minha cabeça. A colega diplomata, ao ouvir que eu estava me preparando para, dentro de um ano, deixar o Brasil e recomeçar a vida num outro país, não disfarçou a surpresa: "Não sei como alguém é capaz de largar tudo e ir embora 'pra sempre' viver numa outra cultura, com outros costumes, outro idioma. Eu, tudo bem, que sou diplomata. Viajo o mundo, mas na condição de representante oficial do MEU país. E depois do trabalho, retorno, ou seja, NUNCA perderei minhas raízes, minha referência, minha PÁTRIA". Faltou pouco pra eu ouvir o hino "90 milhões em ação, pra frente Brasil, salve a seleção...". Fazia tempo que não escutava um discurso tão ufanista assim, a ponto de dar até um certo enjôo. Dei um desconto. Ela tinha acabado de ser aprovada no concurso do Instituto Rio Branco e estava (obviamente) bastante entusiasmada com a nova profissão. Eu, na minha labuta, ao contrário da colega, já estava ficando cada vez mais cansada de ouvir tanta gente se queixando da injustiça, da violência, da pobreza e da corrupção que, infelizmente, são protagonistas do cenário brasileiro.
Hoje, depois de três meses aqui no Canadá, percebo que cada imigrante brasileiro que aqui chega traz consigo, (além de esperanças e expectativas de uma vida melhor) uma certa missão diplomática. Já cansei de ser abordada na rua quando falo algo na minha língua materna: "Com licença, que idioma é esse? Português? Mas por que está tão diferente, você mora em Portugal?" E lá vai eu dizer que não, que sou brasileira e que por isso meu sotaque é outro. E falo do clima, das cinco regiões, da população, das praias, do carnaval e, eventualmente, da violência, da corrupção e da pobreza. Só não suporto quando me chega alguém com um sorriso de sabe-tudo e solta: "Brasil? Ahhhh! Futebol, mulata e caipirinha, né?". Fico com raiva, mas também não culpo muito as pessoas. Reconheço que essa é uma das imagens que mais se vendem do nosso país. Quem não lê, não se informa, cai no lugar-comum, fica limitado a saber três palavrinhas sobre um país tão rico em beleza e diversidade. O pior é que muita gente que está aqui contribui pra reforçar esse estereótipo de "Brasil: país das festas", mas isso é um outro debate. Outro dia eu estava almoçando, quando um cara da Bulgária me abordou (sim, com aquele sorrisinho irônico de canto de boca): "Brasileira? Então me diga uma coisa: a que hora vocês trabalham lá no Brasil, hein? Porque eu sei que lá vocês têm 300 dias de festa ao ano, né? Muito calor e curtição! Aliás, vocês trabalham? Existem escritórios, universidades, empresas?". Minha vontade era dizer que ele era muito burro mesmo. Que deveria pegar um livro de Geografia e estudar o mapa da América do Sul. Fazer uma breve pesquisa no Google. Afinal, em que mundo ele vive? Em que século? Meu Deus! Mas minha veia (verde-amarela) diplomática falou mais alto. Educação e elegância acima de tudo. Boa brasileira que sou, dei-lhe uma rápida aula de "brasilidade". Pra ele, foi um tratamento de choque! Não sabia nada, nadinha sobre Brasil, o rapaz... depois do que falei, me garantiu que fará uma visita assim que tirar férias. "Nada melhor do que ir ao país para conhecê-lo de verdade", me disse. "Concordo plenamente! E, de preferência, vá em fevereiro. Uma ótima oportunidade pra curtir o carnaval, ver belas mulatas e provar a caipirinha". Em seguida, me despedi.
sábado, 12 de julho de 2008
Charme e distinção

No verão, ir ao Parc Mont-Royal é um dos programas favoritos dos montrealenses. Aos domingos, a grama fica lotada de gente fazendo piqueniques. Lá você encontra pessoas, digamos, beeem interessantes. O monsieur acima, que se destaca na multidão, é um bom exemplo: exibe uma estilo próprio, em sintonia com a sua personalidade vibrante e ousada. Tecidos leves, coloridos, sobreposições bem dosadas. Fashion sem ser exagerado. Ótima opção para os dias quentes e para o carnaval de Olinda! :)
quinta-feira, 10 de julho de 2008
Ensemble, c'est tout
Acabei de assitir a esse filme e seria uma atitude egoísta se eu não o dividisse com vocês. Uma linda história, touchante, delicada, cheia de detalhes e doçura. Recomendo fortemente. Não há muito mais o que falar, o título é auto-explicativo. Ensemble, c'est tout. Corra para a locadora ;)
SINOPSE ("Ensemble, c'est tout França", 2007)
Adaptação do livro homônimo de Anna Gavalda, centrado no encontro de quatro pessoas que aparentemente não têm nada em comum - fora o fato de todas elas serem completamente sozinhas e incapazes de viver integradas na sociedade. Camille (Audrey Tautou), apesar de talentosa ilustradora, trabalha à noite como faxineira; Franck (Guillaume Canet) é um cozinheiro depressivo e muito rude, mas perfeitamente amável com a avó, Paulette (Françoise Bertin) ; Paulette, por sua vez, é uma senhora idosa com grande senso de humor e vive numa casa de repouso; e Philibert (Laurent Stocker) é um aristocrata decadente que vai colocar os três personagens anteriores em seu apartamento.
terça-feira, 8 de julho de 2008
segunda-feira, 7 de julho de 2008
Summertime
quarta-feira, 2 de julho de 2008
Québequês
- À s'appelle Marie -> Elle s'appelle Marie.
- I mange beaucoup -> Il mange beaucoup.
- Asteure on est dans la classe -> À cette heure on est dans la classe.
- Tu ne fumes pas! C'est correct -> C'est bien!
- Quesse tu dis? -> Q'est-ce que tu dis?
- Ousque tu vas? -> Où est-ce que tu vas?
terça-feira, 1 de julho de 2008
Listening man
Em francês, o verbo "parler" quer dizer "falar". Mas tem ainda um outro verbo, "bavarder", que significa "parler BEAUCOUP" ou, no nosso bom português "tagarelar". Como tudo o que se refere à oralidade me atrai bastante (por que será??), assisti ao vídeo acima no orkut de Helenilda, gostei taanto, que resolvi colocar aqui também. Ele mostra como calar uma boca que não conhece o silêncio. Na verdade é o que, no fundo, no fundo, toda tagarela deseja. O problema é que, por mais que ela fale pelos cotovelos, isso ela NUNCA vai dizer!! Enjoy!
segunda-feira, 30 de junho de 2008
domingo, 29 de junho de 2008
Torre de Babel

A minha turma de francês escrito é um bom retrato da mistura que é a sociedade montrealense, repleta de imigrantes. Gente de toda parte do mundo. O curso durou sete semanas e foi muito, muito bom. Toda vez que vejo esta foto sinto saudade de acordar cedinho pra assistir às aulas no Cégep de Saint-Laurent. Foi uma experiência incrível. Tanto por ter aprendido francês, mas principalmente por ter conhecido pessoas tão diferentes, com histórias interessantes e muitos sonhos a realizar aqui no Canadá. Todo mundo que aparece acima trocou o seu país de origem pela esperança de uma vida melhor nesta terra fértil e gelada. Vamos aos nomes: da esquerda para a direta, na fileira da frente: Sabah (nossa professora - do Marrocos); Snezhana (Cazaquistão); Rana (Argélia); Varka (Bulgária); agora na fileira de trás, da esquerda para a direita: Elena (Romênia); Iulian (Moldávia) Mildred (Guatemala); Radoslava (Bulgária), Eu(Brasil) e Patricia (Uruguai). A fotógrafa se chama Elena e é da Rússia.
Pra quem não sabe, segundo o Antigo Testamento, a Torre de Babel era uma "torre construída na Babilônia pelos descendentes de Noé, com a intenção de eternizar seus nomes e chegar ao céu". Visto que o homem queria ser como Deus, o próprio decidiu então atrapalhar o audacioso projeto. Como castigo, ele fez com que cada pessoa passasse a falar uma língua diferente. O resultado, claro, foi uma confusão geral, a tal ponto que ninguém mais conseguiu se comunicar, o trabalho foi interrompido e todos se dispersaram pelo mundo. Aplicando a narrativa bíblica à minha turma de francês, digamos que, ao contrário do que aconteceu na Babilônia, aqui todo mundo tenta falar a mesma língua. Francês com diferentes sotaques, é verdade, mas no fim das contas, todo mundo acaba se entendendo. Sinal de que Deus está do nosso lado. E que, se continuarmos assim, logo, logo, chegaremos ao céu! ;)
quarta-feira, 25 de junho de 2008
terça-feira, 24 de junho de 2008
Gostosura
segunda-feira, 23 de junho de 2008
Voiture
domingo, 22 de junho de 2008
sexta-feira, 20 de junho de 2008
I'm only sleeping
quarta-feira, 18 de junho de 2008
segunda-feira, 16 de junho de 2008
domingo, 15 de junho de 2008
sábado, 14 de junho de 2008
quinta-feira, 12 de junho de 2008
quarta-feira, 11 de junho de 2008
domingo, 8 de junho de 2008
Mania de explicação
Tudo começou com uma certa angústia (um nó muito apertado bem no meio do sossego) acompanhada de uma dose de agonia (quando o maestro de você se perde completamente) e uma pitadinha de desespero (dez milhões de fogareiros acesos dentro de sua cabeça). Tudo junto, me causou muita ansiedade (quando faltam cinco minutos sempre para o que quer que seja), raiva (quando o cachorro que mora em você mostra os dentes) e, em seguida, preocupação (uma cola que não deixa o que não aconteceu ainda sair de seu pensamento). Minha intuição (quando seu coração dá um pulinho no futuro e volta rápido) me mandava agir, fazer algo pra acabar com o que estava sentindo. No início, confesso, hesitei de indecisão (quando você sabe muito bem o que quer mas acha que devia querer outra coisa). Não durou muito. Mandei pro beléléu a prudência (é um buraco de fechadura na porta do tempo), dispensei a lucidez (um acesso de loucura ao contrário) e sucumbi à minha vontade (um desejo que cisma que você é a casa dele), afinal, não precisaria de nenhuma autorização (quando a coisa é tão importante que só dizer "eu deixo" é pouco). Sem culpa (quando você cisma que podia ter feito diferente, mas, geralmente, não podia), me agarrei ao desatino (é um desataque de prudência) e apertei o botão. Blog deletado. Conteúdo irrecuperável. Em segundos, tudo virou lembrança (quando, mesmo sem autorização, seu pensamento reapresenta um capítulo).
Dias depois, estou de volta. Diferente. Sem arrependimento nem vergonha (é um pano preto que você quer pra se cobrir naquela hora) pelo que fiz. Apenas peço desculpas (é uma frase que pretende ser um beijo) aos amigos que me lêem por tê-los deixado algum tempo sem esta explicação.
obs: todas as definições são do livro "Mania de Explicação", de Adriana Falcão.
sábado, 7 de junho de 2008
Fórmula 01
terça-feira, 3 de junho de 2008
mundo animal
segunda-feira, 2 de junho de 2008
Vida
domingo, 1 de junho de 2008
rascunho
começo-fim-começo-fim-começo
********e meio
durante-> enquanto-> ainda
por aqui. siga-se
os pés traçam o caminho
acima do chão
o agora já não é mais
esperança
nem desespero.
no final... ponto,
e vírgula:
re(in)vento
e volto a ser protótipo